Sou um pêndulo e canto e canto
Ah a dor que dos olhos brota
Oculto no vai e vem do som do vento
E grito, pois sangro quando a corda solta.
Linhas caindo pelo pescoço- O sofrimento
Meu rosto sempre sem vida nada diz
A carne abriu-se aos poucos- O momento
Os olhos abertos e fixos sempre foram assim.
E ele me coloca na parede da sala
Como um prêmio de tinta emoldurado
Nem percebeu que os pingos são d’minha alma
E sorrir ali me olhando parado.
As paredes vão mudando a cor
Há outro corpo andando pela casa
Agora os dois olham para onde estou
Com uma flecha no pescoço que me transpassa.
Pedro Silva
Pintura por Joe Lima
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