segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Veneno


Veneno

Veneno frio escorre por meus lábios
O sabor da amargura corre agora nas veias
A dor me fez mudar meus hábitos
De puras trevas minha vida está cheia.

Chuva ácida cai na noite
Gotas de ódio incolor
Molhados, soldados como anjos da morte
Sinto pelo meu corpo o sofrimento, doce sabor.

Perto do fim tudo se mostra
Lucidez ou loucura
A verdade tem corpo e forma
Diante dos olhos o início, uma brancura.

Eis a confissão de um pecador
Isso é um epitáfio
Padeci como um tolo na dor
Tornei-me um palhaço.

by:Edilson

Sem sentido


Sem sentido

Ah,vida vã
A cada segundo
Vejo que não há motivo para o amanhã
Pois é mais um dia de luto vindo.

Paro e penso
Estagnado
Num silêncio intenso
O jogar de dados.

Tantas perguntas
Incertezas e dúvidas
Que andam juntas
Abrindo feridas.

Não sei por que estou aqui
Escrevendo isso
Tirando tudo de mim
Pois não há sentido nisso...

by:Edilson

sábado, 24 de setembro de 2011

Alegre fachada


Alegre fachada

Carrego uma dor antiga
Guardada no peito
Minha cruel e fiel amiga
Que está ao meu lado quando me deito.

Vejo-a no espelho
Com um sorriso debochado
Forçando-me a cair de joelho
Rendo-me-vencido,gasto e cansado.

Ah, como não posso mais
A noite é longa e fúnebre
Dolorosamente assaz
E o meu quarto frio e lúgubre.

Aqui trancado, deixo as lágrimas rolarem na cara                              
Não preciso esconder meu verdadeiro eu
Tiro essa alegre fachada
A tristeza por trás desse riso meu.

By:Edilson

quarta-feira, 21 de setembro de 2011


In-colume

Tento de toda forma
Lutar contra isso que me domina
Mas sempre perco a calma
Trancado nessa sina.

Uma palavra lacera
E a dor me toma
Como uma quimera
Que desperta do coma.

Vejo-me preso
Tão dependente
Não há como sair inleso
Uma vez que bati de frente.

Ah,como sou fraco
Um corvade
Tão fundo nesse buraco
Que perdi minha liberdade.

by:Edilson

Em teus lábios


Em teus lábios

Um vento no rosto
Agitando as árvores da floresta
Uma lua pálida no porto
Noite silenciosa e deserta.

Inebriante
Seu hálito gélido
Estou tentando respirar ofegante
Diante de um anjo lânguido.

Encanto místico
Nas sombras do cemiterio
Movimento rústico
Impregnado de misterio.

Envolvente e perigoso
Oculto num segredo
Eu já não tenho mais medo
De provar teu beijo venenoso.

by:Edilson

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

No cair da noite


No cair da noite

Passos lentos
Suave e astuto
Como uma folha ao vento
Desprendendo de um arbusto.

Sedutor e misterioso
Como algo novo
Lança-me um olhar cálido e tenebroso
Os olhos de um corvo.

Sinto seu toque
E sua pele a mim queimar
Leva-me pelo bosque
Voando pelo ar.

A noite se solidifica
Pálida, lá no alto, a lua
Seu lábio me modifica
Passeando pela minha pele nua.

De repente um grito
A dor de um açoite
Sede, um instinto
Tema-me no cair da noite.

by:Edilson

sábado, 17 de setembro de 2011

Doce sabor


Doce sabor

Gota por gota
Em meus lábios ávidos
Uma sensação solta
Como um abraço cálido.

Envolvente som
Tão perto dos meus ouvidos
Uma maldição num dom
Estou entregue e possuído.

Sedutor e devasso
Teu sangue me chama
Prende-me como um laço
Nos lençóis da tua cama.

Meus dentes furam teu pescoço
E tuas unhas arranham minhas costas
Mergulho fundo nesse poço
Sentindo a morte a nossa volta.

by:Edilson

Dilacerado


Dilacerado

Dói
Mais do que pensei
Aos poucos me destrói
É maior do que imaginei.

Fere
Um sorriso cúmplice
Meu peito derrete
No meu olhar súplice.

Acreditei que era forte
Que podia lutar contigo
Mas nunca tive sorte
De te ter aqui comigo.

No fim
Estou eu aos pedaços
Dilacerado enfim
Vencido pelo cansaço.

by:Edilson

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fantasmas


Fantasmas

Uma casa abandonada
Almas soltas e perdidas
Estragada faixada
Esburacada e ferida.

Noite sem lua
Fria e soturna
Espíritos caminham pela rua
Almas noturnas.

Aos portões do cemitério
Clamando para entrar
A morte com seu mistério
Sussurra para o ar...

Elas caem de joelhos
Lágrimas na face
O sofrimento vermelho
Pingando no  cálice.

by:Edilson

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Depressão


Depressão

As horas congelaram
Um inverno eterno
As flores mudaram
Meu particular inferno.

Uma canção melancólica
Em minha casa mortuária
Sensação bucólica
Como minha alma solitária.

Os moveis estão cheios de poeira
Folhas rabiscadas soltas pela casa
Pingos como uma música fúnebre na torneira
E as almas girando numa valsa.

Um grito se perdeu
O vento açoitou a porta
Uma lágrima escorreu
Dentre dessa minha alma morta.

by:Edilson

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Moldura


Moldura

Sem movimento todos me vêem
Mas poucos me encontram
Um objeto apenas
Que se alimenta do pó que ficou do destino.

Admirado...
Rabiscado...

Atravessarei os anos
Até o lento caminhar do tempo dissolver minhas cores
Deixando a alma em preto e branco
Exposta ao sofrimento do terrível carrasco: O esquecimento!

Adornam-me
Dando-me cortonos falsos e ilusórios
Hoje não consigo distinguir minha imagem

-Qual o tema desse quadro?

by:Edilson

Alguém como eu


Alguém como eu


Amante solitário
Que fica longas horas olhando a lua
Alguém que carrega nos olhos a timidez
Ou o reflexo da tristeza e da amargura.

E tem um coração que nutri uma paixão inacabada
Tão apaupável quanto o ar-um amor imaginário.
No entanto tão forte e intenso
Que causa lágrimas insolúveis nos olhos
E um sentimento de perda como o vazio e o tormento.

Perdido nas próprias palavras
E nos pensamentos
Cheio de vagas lembranças que se perderam no tempo
E não vão voltar...
Esperando um beijo que o vento não traz com o olhar.

Você, que tem cicatrizes profundas
Que meros leigos não têm a sensibilidade de ver
Pois jamais vão nos entender
Se você sentir-se assim, infeliz

Não tema!
Eu estou aqui...!

by:Edilson

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Meu sangue


Meu sangue

Quando vi meu sangue vibrante
Soube que iria mais fundo
Nesse desespero gritante
Cravar a navalha mais a cada segundo.

Doce torpor
Que me tolda os sentidos
A redenção em cor
No líquido contido.

Crava...
Desce...
Lava...
Fenece...

Estou leve solto
Bêbado, embriagado
Em trevas envolto
Pelo meu sangue apaixonado.

by:Edilson

Cansado


Cansado

Estou cansado de acordar toda manhã
De ver as paredes encardidas do meu quarto
Cansado de ver a luz
De sentir o ar entrar nos pulmões impedindo-me de morrer...

Estou saturado de mim mesmo
Não suporto nem olhar no espelho
Tenho nojo do que vejo.

Estou cansado da vida
Sem animo ou vontade
Cansado de ver as mesmas coisas sempre.

Estou simplesmente cansado disto tudo
Cansado de existir
Casado de não poder dá um fim...

Cansado de acreditar em mim!

by:Edilson

Estátua


Estátua

Levo no peito
A dor que disfarço
Minha lágrima, meu leito
Meu mais puro, inútil traço.

Feito de barro
Molhe, desperto
Abrigando um corpo num jarro
Preso e inepto.

Carrego o nada
Uma perfeita escultura
A sombra do crepúsculo parada
Fria, de olhar gasto e pele escura.

Desfigurado pela chuva
Lavado por lágrimas imundas
Protegido apenas por uma luva
Longas gotas de ácido que ferem fundas.

by:Edilson

domingo, 4 de setembro de 2011

Ânsia de morrer


Ânsia de morrer

Eu cheiro a morte
Vinda das sombras
Como uma chuva do norte
Ou algo que assombra.

Deito no chão
De braços abertos
Tão vivo na escuridão
Sentindo-a mais perto.

Vejo meu reflexo
Na lamina,palida,da faca
Ou na loucura desse verso
Que nas noites ataca.

Tranco-me sozinho
  A lamina no pulso
Com minha coroa de espinhos
Enquanto "ela" faz seu curso.

by:Edilson

Nefasto


Nefasto


Nuvens cinzentas
Vento soturno
Uma lua macilenta
O dia trocando o turno.

Uma canção distante
O farfalhar de um manto
Um vulto no horizonte
Sorrateiro pelos cantos.

O coração vibra
A alma se prepara
A noite torna-se rubra
Ela vem e me ampara.

Mostra-me sua face cadavérica
Abraça-me forte
Em suas mãos esqueléticas
E dá-me o beijo frio da morte.

by:Edilson