quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Marcas


Marcas

A porta ainda está aberta
O silencio sentado no sofá
Um olhar vívido e alerta
Pra lá e pra cá.

É difícil aceitar
Um fim no começo
Não há explicações a dá
Mas será que mereço?

Tudo ainda tem seu cheiro
Cada toque e som
Seja uma foto na estante, ou uma roupa no banheiro
Até mesmo sua voz sem tom.

Meu peito grita
O sangue escorre da faca
Por mais que eu minta
Sua partida deixou marcas...

By:Edilson

Dúvidas


Dúvidas

Estou confuso
Cheio de perguntas
Lerdo e obtuso
Cansado de tanta luta.

As coisas saíram fora de  controle
Ficaram na metade
Sem exagerar na hipérbole
Não passou de vontade

Ainda estou assombrado
Sem saber ao certo
Quem está ao meu lado
Preso ou liberto?

Achei que era sólido
Mas não posso deixar de ter dúvida
Acreditei no modo
Como me deu aquele beijo de Judas.

by:Edilson

domingo, 20 de novembro de 2011

Sacrifício


Sacrifício

Mais uma vez
Talvez por medo
Relutar me fez
E acordar cedo.

O que você faria?
Estou cansado
Na cabeça um monte de porcaria
Com a morte do lado.

Era o que você queria
Aqui estou
Preso em casa, isso ria!
Fingindo o que não sou.

Enquanto você dorme
Uma lágrima está presa no meu cílio
Há uma dor enorme
Por trás do meu sacrifício.

By:Edilson

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A lágrima mais quente

A lágrima mais quente

Eu esperei, e sabia
Estava tentando retardar
Manipular ou pular os dias
Tentei não respirar o ar.

A voz que eu ouvia
Lá no fundo da minha mente
Onde tinha sol e chovia
Algo vivo e inconsciente.

De repente
Não mais que o esperado
Tão simplesmente
Do meu pesadelo inacabado.

Uma mentira
O que sempre fora
Do amor à ira
Nessa ultima lágrima, tu, se fora.

By:Edilson

Felicidade falsa


Felicidade falsa

Assusta
Retraio-me com meu riso
Uma alegria de puta
Refletida no piso.

Sou a mais cruel das criaturas
Aquele que é provado
O violador da sagrada sepultura
Anjo meigo e malvado.

Afasta teu cálice
Não quero mais tua graça
Ter o paraíso e depois apanhar na face
Não importa o que eu faça.

Cansei desse jogo
Dá-me o gosto da brasa
Lança-me ao fogo
E fica com tua felicidade falsa.

By:Edilson

Nossa história


Nossa história

Eu descobri que eu queria entrar no teu mundo à força
Quando antes você precisava abrir a porta
Eu descobri que eu queria chorar por você com suas lágrimas.

Eu pensava que entendia sua dor
Porque acreditava que era minha
Fiz da minha força uma ponte para teus pés gastos e cheios de calo.

Ri teu riso falso
Pois a felicidade que tinhas era tão verdadeira
Que me fazia cantar com tua voz rouca.

Dei passos longos no horizonte tão longe
E percebi que eu queria voar com asas que você nunca colou nas costas.
Eu saltei do ponto mais alto
Acreditando que se eu tocasse as nuvens podia ter o teu pedaço do paraíso.

Desculpa, mas acreditei que podia te salvar de você mesmo
Mas descobri que o seu passado nunca foi o meu caminho
Hoje aprendi que o que eu amava era aquilo no que eu acreditava...

Nada!

By:Edilson

Nós, poetas


Nós, poetas

Nada como a dor
Para apertar o peito
Fazer sangrar o amor
E inspirar um poeta em seu leito

Enquanto a lágrima cai
O mundo gira, dá voltas, e gira
A noite adentro se vai
Você grita-Ódio e ira.

Lembra momentos
Pareceu tão longo, uma vida
Chora, chora-tormento
Oh Deus, até quando vou sofrer ainda?

Mas é na flor despedaçada
Que uma rima fica mais esbelta
Chorando na calçada
Os tolos, nós poetas.

By:Edilson

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O que faço aqui


O que faço aqui

Tudo gira
Sem sentido
Um misto de alegria e ira
Zumbindo em meu ouvido.

Olho em volta
Estou perdido
Faces tortas
Anjos e demônios fundidos.

Procuro uma saída
A multidão me empurra
Alguém pede ajuda
Outro grita-sussurra.

Sinto sua frialdade
Um calor na espinha dispara
Olho em seus olhos negros com saudade
Na minha morte a vida ficou clara.

by:Edilson

Lembranças de um adulto


Lembranças de um adulto


Quando criança via em tudo beleza
Era simples e leve
Pois meus olhos transpiravam pureza
Era sempre primavera e neve.


Tudo pedia e queria
Era agora,hoje,já
Mesmo tomando suco de maracujá
Podia passar as horas,mas nunca esquecia.


Fechei os olhos n'uma noite qualquer
O mundo mudou de repente
Veio o tempo do bem-me-quer mal-me-quer
E no peito algo quente.


Era belo a rebeldia
Cantar junto a melodia
Matar aula pra ficar
A época do sorrir e beijar.


Fechei os olhos outra vez
Ai veio como um choque
Não sobrou nada no estoque
Era a vez do talvez-Talvez...


Pediram muito mais
Era o tempo de ser assaz
Cresci sem saber como
Hoje recordo-me disso cheio espanto e assomo.

by:Edilson

sábado, 5 de novembro de 2011

Quando meu peito dói


Quando meu peito dói

Foi tão fundo
A dor que tu provocaras
Modificou todo meu mundo
Foi como um tapa na cara.

Luto pra ser forte
Levantar do chão e seguir em frente
Suturar meus cortes
Refazer os pedaços e ir adiante.

Sinto que estou prestes a desabar
Quero gritar bem alto
Fazer essa dor parar
Mas não concluo o ato.

Não há mais cor no rosto
Só resta uma alma morta
Um eu roto
Que mais nada importa.

by:Edilson

Mãos frias


Mãos frias

Senti o toque de mãos frias
Um cheiro doce
Lábio cálido voltas no meu pescoço fazia
E desejei que esse cheiro teu fosse.

Tua pele na minha
Colada á mim
Algo dentro de mim vinha
Tudo que sonhei, vivo, enfim.

Em teus braços
Como sempre desejei
Presos como num laço
Que em sonhos desenhei.

Sua boca linda
Cheia de voluptuosidade
Dos meus fortes desejos vinda
Mordeu-me com vontade.

By:Edilson

O vento no rosto


O vento no rosto

Ando calado
Sentindo o vento e as ondas do mar
Com o peito pesado
Vendo o ultimo vislumbre do luar.

No ar o cheiro da água salgada
O horizonte infinito
A noite indo parada
Sentindo o que sinto.

Pássaros voam
Num céu morno
Musicas das ondas soam
Cheias de mistério e adorno.

De repente algo rompe a madrugada
Vivo rubro e majestoso
E pelas ondas embaladas
Um beijo infinito e glorioso.

by:Edilson

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tudo muda

Tudo muda
 
As folhas caem a cada outono 
O dia troca de roupa
A cada fim de ano 
Cheio de luminosidade e pompa.

Os caminhos se sepraram ao acaso
Laços se rompem facilmente do nada 
Entre tropeços e atrasos
Numa longa estrada.

Promessas ficam pra trás
Amores perdidos
O vento uma lembrança traz
Amigos esquecidos.

Não há mais aquele sorriso
Tão doce e amável
Veio tão sem aviso
Rápido,frio,mudável.

by:Edilson

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A flor da pele


A flor da pele

Você pode sentir
Meu corpo tremer
Quando tocas dentro de mim
E me faz gemer

Deitados na cama
Arfando, suados
Tua boca me chama
Com lábios ávidos.

Ah, teu arfa no meu ouvido
A umidade da sua língua em meu peito
Arranca-me um gemido
Nesse luar perfeito.

Um grito
Nossos corpos unidos
Dentro de mim sinto
O escorrer do teu líquido.

by:Edilson