terça-feira, 28 de junho de 2011

O mal que há em mim

O mal que há em mim  

Ah,como eu queria gritar
Um grito que fizesse acordar o mundo
Uma voz no vento a te dilacerar.
E entrasse em teu ouvido até o fundo.


Aprendi a sentir tua ira
Tu,mãe desnaturada,assim me moldaste
Sou teu filho pagão e carrego a dor que tu nutriras
Sob tuas correntes me feriste.


Tornei-me aquilo que você não queria
Hoje devo te agradecer,enfim
Lembro que essas palavras você me dizia
Celebro então o mal que há em mim.


Eu,feito de pedaços
Filho do carbono
Carrego duros traços
De mim ninguém é dono.


by:Edilson

domingo, 26 de junho de 2011

Lamentações

Lamentações  



Aparições de espectros negros me visitam
Todas as noites eles rondeam minha cama enquanto tento dormir
Em cada um deles vejo momentos da minha vida
Em seus rostos vejo a mim mesmo.


Então pergunto:Isso é real?


Sinto que não é suficiente
Minhas feridas não secam e cicatrizam
Não consigo me libertar dos pensamentos e das dúvidas.


Eu sempre me sinto à margem da minha vida
Nunca por inteiro
É como se algumas horas de alegria 
Não compensasse os longos dias de remorso e amargura incontidos.


Eu tento acreditar em mim
Mas sempre acontece algo que me derruba
Alguma palavra ou atitude lançada ou cuspida que me deixa sem saida.


Então eu estou no chão sem força pra voltar..
Espectros me carregam nos braços e aos poucos não vejo mais nada...


Estou só entre eu mesmo e o nada....


by:Edilson

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Corvo

Corvo  





Ele voa pelos céus
Anjo negro alado
Voz suave e cruel
Guardião de espíritos sepultados.


Rei da noite tenebroso
Símbolo de almas sombrias
Oh,Corvo-anjo majestoso
No bater de tuas asas nossa fúnebre melodia.


Vagamos por essa terra inóspita
Guiados por teu canto
Fatigados de viver essa vida morta
Envolve-nos em tuas asas como um manto.


Oh,pássaro macabro e funesto
Ornamentas minha sepultura
Ouvindo tua música descanso liberto
Livre desse mundo de desventura.
by:edilson

domingo, 19 de junho de 2011

Deleto-te da mente

Deleto-te da mente  


Chegou a hora
Não dá mais,não posso suportar
Liberto-me de ti agora
Voltei a me amar.

Não é saudável essa pressão
Deixei-te me controlar insanamente
Você me magoa com sua indescisão
Tenho que te deletar da mente.


Do teu não faço meu sim
Não vou seguir tuas migalhas
É hora de pensar mais em mim
E apagar esse fogo de palha.

Não preciso de ti
Acabou o jogo
Não chora ao me ver partir
Estou recomeçando de novo.

by:Edilson

Ferido

Ferido 


Tão quebrado por dentro
Machucado e ferido
Vilipendioso lamento
Tão corróido e partido.

Até respirar dói
Uma agonia eterna
De viver esse dia atroz
À sombra de uma vela.

Meu sangue em lágrima se dilui
O grito d'alma
Aqui sozinho,trancado,vejo o que não fui
Estigmas,triste carma.

Deitado nos braços do nada
Acalentado,pelas sombras amparado
Vi a lua deturpada
Fechei meus olhos e chorei calado.

by:Edilson



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Anjo sem cor

Anjo sem cor


Eu lutei por uma vida esquecida
Lutei por mim e por você
Como poderia vencer essa batalha perdida
Se desde o começo eu ia perder.

Aguentei firme os dias
Suportei a cicatriz abrir
Enquanto meu sangue escorria
Toda vez que assistir você partir.

Respirei o ar dos teus lábios
Assisti o movimento sutil do seu corpo
Dei-te meu olhar cálido
E meu sorriso mais cioso.

Eras só uma sombra no vazio
Uma lembrança nas noites chuvosas
O anjo negro que acalentava-me no frio
E deu-me um beijo na testa e foi embora.

By:Edilson

sábado, 11 de junho de 2011

Lua

Lua

Oh lua que me encanta
Tua beleza nossos olhos ofuscam
Admiramos a palidez que de ti emana
Nessa noite onde os corvos cantam.

Corações sofridos curas
Almas solitárias infindas
Corpos mutilados purgas
E tomas nossas dores profundas.

Amada cálida e bela
Deusa branca de tantas cores
Virgem nossa,donzela
Purifica desses condenados os pavores.

És amante majestosa
Por ti-velamos a noite adentro
Bebemos vinho sob tua face esplendorosa
E nosso amor a ti fazemos juramento.


by:Edilson

Meu eu taciturno

Meu eu taciturno

Alma triste
Que ainda caminha por ai
De tudo já viste
Tão perto do fim.

Descança no meio leito
Sob esse céu negro
Repousa tua cabeça no meu peito
Abraça-me sem receio.

Hoje é lua cheia
Há outras almas de passeio
É noite e meia
Liberta essa voz no teu seio.

A dor que te dilacera
No meu eu adormece
E no meu interior encerra
Tua navalha é a  mesma que me fere.

By:Edilson

A dor de uma lágrima

A dor de uma lágrima

Rola do fundo do meu âmago
Uma palavra perdida
Que me lava como um banho
E no meu peito abre feridas.

Minha alma chora
Incansáveis lágrimas cheias de magoa
Um grito de dentro pra fora
Mas minha voz embarga.

O frio me toma
Congelo no ermo
O nada de mim emana
Estou sozinho no berço.

Preso dentro de mim
Vejo cá dentro escondido
Uma lágrima cair
Dos meus olhos sofridos.

By:Edilson

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Desejo mórbido

Desejo mórbido  



Bata-me
Fere-me a pele
Rasga-me 
E do meu sangue bebe.


Perfura-me com força
Quero ouvir meus gritos
Fere meu corpo com a boca
Tira-me gemidos.


Acende velas ao redor
Usa-me como oferenda no ritual
Corta-me sem dó
Quero provar do seu mal.


Anjo negro
Joga-me na cama
Deixo pra trás meus medos
Possua-me em chamas.


by:Edilson

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Deixo-te

Deixo-te


Fecho meus olhos
E te deixo ir
Procurar em outros corpos
Com lágrimas por dentro deixo-te partir.

Sei que não posso viver sem você
Isso não pode ser uma obrigação
Eu não posso te prender
Tem que ser com o coração.

Então vá
Não liga para minhas lágrimas
Sempre soube que essa hora ia chegar
Acredite nessas palavras.

Liberto-te da culpa
Encontra teu caminho
A última palavra:Desculpa
Vou aprender a ficar sozinho.

by:Edilson

Espero

Espero



Espero ver nos teus olhos os meus
Sentir teus pensamentos em mim
Ser completamente teu
e ter você aqui.

Enquanto me deslumbro com o entardecer
Perco-me viajando no horizonte
Aos poucos começa a chover
Mas seu corpo está distante.

Caminho em silêncio
Cabelos molhados e pés descalços
Olhos perdidos no poente esplêndido
O vento me carrega nos braços.

Sento na calçada
Imagino teu olhar terno
A lua está no céu pálida
E eu-ver seu rosto no alvorecer espero.

by:Edilson

Mal-íntimo

Mal-íntimo  



Sinto-me definhar lentamente
Uma ferida que corrói meus ossos
E dói o peito profundamente
Curvando meu dorso.


É um grande vazio interior
Nada pelo que viver ou lutar
Preso em um torpor
Já nem sei pra quê acordar.


Estou sem forças para fingir
Há algo qu não posso mais esconder
Há lágrimas no meu sorrir
Não sei pelo que viver.


Tão cansado para tentar mais
Tranco-me no quarto e me mutilo
Isso me dá um pouco de paz
Reflexos do meu íntimo.


by:Edilson