quinta-feira, 29 de março de 2012

Cozinha


Cozinha

Na penumbra da cozinha
Sozinho comigo mesmo
Lá fora chove uma chuva fininha
E a casa um completo ermo.

Meu pensamento vaga
Indo além das fronteiras
O silêncio meu peito rasga
Não para por mais que eu queira.

Ah, se eu pudesse olhar o céu
Ver estrelas tristes lá em cima
Deitar minha alma na noite com seu vel
Pra fazer essa rima.

Abro os olhos e vejo tudo vazio
Meus sentimentos espalhados na mesa
Sobre uma bandeja meu coração frio
Servido como sobremesa.

By:Edilson

sábado, 24 de março de 2012

Além da compreensão


Além da compreensão

Sempre foram sensações fortes
Uma onde de calor
Às vezes um jogo de sorte
Intenso e cheio de ardor.

Deixei por ai os sentidos
Mergulhei fundo nessa historia
Que nunca tenha vivido
E pensei que tudo seria gloria.

Cai do cavalo
Um tombo épico
Descobri que você não tinha halo
E meu coração se quebrou em caco.

Ainda não entendo
Como deixei chegar a esse ponto
Por que está fervendo?
Estou aqui, quieto, no meu canto.

By:Edilson

De repente


De repente

Fizemos tudo errado
Trilhamos o caminho mais brando
Fomos em frente onde devíamos ter parado.
E tudo saiu de controle quando...

Assim meio que de repente
Pareceu uma despedida
Descobrimos que não ia ser pra sempre
E a amizade ficou comprometida.

Não posso voar dessa forma
Com uma asa machucada
Havia uma norma
Que deixamos trancada.

Podemos voltar atrás
Tentar mais uma vez
Não consigo te deixar jamais
Ainda amigos... Talvez...

By:Edilson

terça-feira, 20 de março de 2012

Cárcere


Cárcere

Do que era nada existe
Ficou o contar das horas soltas
Aquela dor que não viste
E a sensação de que nada volta.

Hoje me equilibro com esforço
Entre tropeços no pensar e existir
Desenho um horizonte-um mero esboço
Tento, sem sucesso, retardar aquilo que chamamos fim.

E conto horas no relógio
O vai e vem do ponteiro
Oculto-me em pensamentos-meu refugio
Na pena que mergulho no tinteiro.

Sei apenas que tudo vai
Tudo segue
A voz que nunca sai
E tudo se esquece...

By:Edilson

quinta-feira, 15 de março de 2012

Vozes de vento


Vozes de vento

Tudo se vai um dia
Perde-se, esquece-se- Fica
E a mente lembranças cria
O tempo não se estica.

Há uma flor murcha num galho
Pendendo na janela da alma
Velho e gasto orvalho
E pergunto: isso é destino ou carma?

O céu da minha vida está nublado
Já me perdi nas horas
O vento parece um lamento murmurado
Uma nuvem nos meus olhos chora.

Morreu à vontade a vida
Sinto teu corpo gelado
Ouço sua voz pelo quarto vinda
E o meu coração chora calado.

By:Edilson

Fragmentos


Fragmentos

Tento me refazer
É um processo lento e doloroso
Algo que ninguém ver
A carne se prendendo ao osso.

Longas são as noites sem lua
Um sofrimento que consome
Cada lembrança sua
Apaga-se ou simplesmente dorme.

Vou colando cicatrizes
Grito a dor sem anestesia
Mas são grandes as raízes
E choro as lagrimas em demasia.

Acho difícil consertar tudo
Acabou a linha
O corte foi tão fundo
Que deixou em pedaços a alma minha.

By:Edilson

Se eu pudesse


Se eu pudesse

Os anos de tua infância
Lentamente se vão embora
Assisto as rugas da tua decadência
O fim de dentro pra fora.

O tempo não foi bastante
Ele não volta mais
Perdido na estante
Indo devagar e voraz.

Queria te dar a eternidade
Trilhar as vontades do teu peito
Fazer voltar arder as centelhas de saudade
E as águas voltarem ao leito.

O mundo foi cruel contigo
Matou os sonhos que fizeste
Levou os teus amigos
Eu os daria se pudesse...

By:Edilson

terça-feira, 6 de março de 2012

Parede velha


Parede velha

Um quadro torto
Já gasto pelo tempo
Um inseto morto
Teias de aranha rompo.

Pinto sua face suja
Tento disfarçar os buracos
Um prego vazio enferruja
No canto um espelho aos cacos.

Partes sem reboco
Rachaduras em toda parte
Ora muito, ora pouco
Quase uma obra de arte.

Hoje estão amareladas
Sem ornamentos
Aos pedaços e esburacadas
Expondo o cimento.

By:Edilson

Sem base


Sem base

A vida me assusta
Não estou pronta ainda
Esmoreço a cada luta
E desabo nessa noite infinda.

Tentei me esconder
Fugir como uma vitima
Bebi pra esquecer
Achando que não ia dá à mínima.

Foi quando tudo saiu de controle
O mundo girou em voltas longas
E eu no chão mole
Enquanto a sensação de vazio se prolonga.

Ah, como me enganei
Nada ficou diferente
Apenas os que me amam machuquei
Parei de ir em frente.

By:Edilson

sexta-feira, 2 de março de 2012

Madrugada


Madrugada

Ouço o relógio cantando em minha mente
Um galo ao longe aos berros
No meio da noite, só, como sempre
O peito marcado a ferro.

O grito mais alto em silencio
Labaredas queimando o lamento
Dispara o sinal do incêndio
Que aumenta na dança do vento.

Levanto, deito e volto a ficar de pé
O mundo gira parado
Sinto-me consumir
Vejo meu corpo na cama deitado.

Algo em mim tenta sair
Queimaram os sonhos meus
E volto a fechar os olhos - dormir
Isso soa com Adeus!

By:Edilson

Amor em silencio


Amor em silencio

De longe te vejo
Sem poder tocar teu rosto
Meu peito reprime meu desejo
E meu coração voa solto.

Velo teu sonho, distante
Na minha cama pensando em ti
E isso parece a linha do horizonte
Pois já não ter fim.

Culpo-te por teu encanto
Prende-me em tua orbita
E assim te quero mais e tanto
Anseios, sonhos sem respostas.

Amo sua doçura
E guardo cada pedaço
Você é meu remédio e cura
Basta apenas o teu abraço...

By:Edilson.