Mistérios
Escuto a noite rugir
Em seu silencio profundo e secreto
Vozes de vento levadas por ai
Debaixo de um céu negro sem estrelas e deserto.
Passos solitários em ruas amarguradas
Sons de lamentos e risos forçados
Almas de feridas abertas ou costuradas
Velhos dormindo em calçadas, abandonados.
E os sonhos se tornam frios
Um choro de criança num peito adulto
As corujas espreitam cada lágrima do rio
Esquecer o que sinto dói e dói muito.
Calada a morte caminha
Bate em portas e vira esquinas
Carrega a vil vida que era minha
Tira seu véu de mistérios e vejo que era sina.
Pedro Silva
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