terça-feira, 9 de abril de 2013

Mistérios


Mistérios

Escuto a noite rugir
Em seu silencio profundo e secreto
Vozes de vento levadas por ai
Debaixo de um céu negro sem estrelas e deserto.

Passos solitários em ruas amarguradas
Sons de lamentos e risos forçados
Almas de feridas abertas ou costuradas
Velhos dormindo em calçadas, abandonados.

E os sonhos se tornam frios
Um choro de criança num peito adulto
As corujas espreitam cada lágrima do rio
Esquecer o que sinto dói e dói muito.

Calada a morte caminha
Bate em portas e vira esquinas
Carrega a vil vida que era minha
Tira seu véu de mistérios e vejo que era sina.

Pedro Silva

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