sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Ainda choro por ti


Ainda choro por ti

Muitos dias se passaram eu acho
E pensei que estava livre de ti
Esse sentimento que alimentei sempre foi falho
Porque ardia apenas dentro de mim.

O tempo nada fez além de ferir
Deixou lacunas que nunca pude esconder
Pois eu nunca estive pronto pra te deixar partir
E hoje só queria uma forma de te dizer:

Ainda espero você bater a porta 
Sorrir como vi por uma tela em noites sem fim
E me ver te olhar e fingir que não notas
E ficar sem silencio com sei jeitinho manhoso assim.

Dói lembrar momentos inacabados
O que eu fiz eu sei que foi melhor pra mim
Mas tem dias que queria está ao seu lado
Embora o tempo tenha passado, ainda choro por ti...

Pedro Silva

A lágrima mais quente


A lágrima mais quente

Eu esperei, e sabia
Estava tentando retardar
Manipular ou pular os dias
Tentei não respirar o ar.

A voz que eu ouvia
Lá no fundo da minha mente
Onde tinha sol e chovia
Algo vivo e inconsciente.

De repente
Não mais que o esperado
Tão simplesmente
Do meu pesadelo inacabado.

Uma mentira
O que sempre fora
Do amor à ira
Nessa ultima lágrima, tu, se fora.

By:Edilson

Nascido para a morte


Nascido para a morte

Por toda minha fúnebre vida procurei respostas
Embora cansado e gasto segui em frente
Mas sempre caminhei por linhas opostas
Roto pagão, eu filho descrente.

Vivi pelo avesso meus lamuriosos dias
Apenas vivia, mas nunca fiz parte do que sentia
De tanto me esconder acostumei-me a ser a ovelha perdida
Porque sempre busquei o que era contrario a vida.

Violei meu corpo e puni a mim mesmo
A dor era uma companheira amiga e sublime
Fiz dos meus medos minha luz no ermo
E em tempestades escuras permaneci firme.

O estranho é que sempre soube aonde isso ia me levar
Eu sabia que estava condenado, zombei da sorte
Então caminhei para onde seria o meu lar
E em minha lápide deixei escrito: Nascido para a morte...!

Pedro Silva

Enterrado de madrugada


Enterrado de madrugada

Sou sombra oculta
Alma rastejante bêbada
A mais triste das putas 
Vestida de luar e seda.

Meus pés sangram de tanto caminhar
Percorro vales e densas florestas
Faço das solitárias sepulturas meu lar
E deito em covas abertas.

Os condenados se erguem aos montes
Vozes de vento num sussurro e lamento
É o mesmo grito minha súplica d' antes
Olham-me de cima e cantam: Chegou o momento...

Saboreio a terra negra que pisei
Folhas secas me adornam a pele
E do alto o rosto Daquela que tanto esperei
Oh morte, suplico que em teus braços me leve.

Pedro Silva

Sombras do que (não) sou


Sombras do que (não) sou

Não tenho morada certa
Sou filho da noite e escureço
Pelo vento me lanço como uma porta aberta
E nas estrelas distantes adormeço.

Não sei do que sou feito
Orvalho murcho adormecido
Gotejando nas areias do tempo desfeito
Por vezes deito em túmulos apodrecidos.

Respiro a poluição do meu peito
Ou mesmo o inebriante perfume das velas
Faço da lua um amuleto
Rezo em pé no alto das janelas...

Sou sombra vazia e nada sinto
Roto, carregado de infinito
Essa negação já não faz sentido, pois minto
Não acredite nisso tudo que foi dito...

Pedro silva

Cada vez que eu te vejo


Cada vez que eu te vejo

Quero te contar um segredo
Sei que não devo
Mas eu tenho tanto medo
Estou começando a acreditar no que escrevo.

Sempre quero te confessar algo
Sabe quando fico a te olhar parado
Penso: Será que ele sabe o que no peito trago?
Tenho tanto medo por isso fico calado.

Mas meus olhos me traem
Queremos mais um pouco de você
Finjo que deles lágrimas não caem
Talvez saibamos que vamos te perder.

Hoje meu dia está nublado
Eu tento fazer dá certo
Vou aguentando tudo, mesmo cansado
Calo-me para te ter assim por perto...

Pedro Silva

Preso em você


Preso em você

Queria saber o que você fez comigo
Sinto sua falta mais do que é possível
Mesmo quando finjo que não ligo
Enquanto pra você sou invisível.

Se eu corro esbarro em ti
Viro e vejo a gente lá trás
Assisto minha vida presa, ruir
Sei que vamos continuar um pouco mais...

Quando chega a noite não consigo dormir
E quando enfim fecho os olhos
Tenho pesadelos sem fim
Acordo sento na cama e choro.

Estou pelo avesso
Do outro lado do entardecer
Nos meus olhos esse fogo acesso
Que me prende a você.

Pedro silva

Aprendi a ser poeta


Aprendi a ser poeta

Eu sei mudar as estações
Fazer ficar frio ou quente
Pintar nos olhos alheios emoções
Penetra-te assim de repente.

Choro sem nos olhos ter lágrimas
Ponho um riso falso na cara
Faço-te louco e perder a calma
Mostro-te um amor e teu coração dispara.

Descobri a magia das palavras
Mudo-as de lugar e dou formas
E elas tão fundo no teu peito crava
E tu acreditas que é teu carma.

Dou-te segredos, um mundo de dor
E assisto tuas noites de porta aberta
A procura de alguém pra chamar de amor
E aprender a ser poeta.

Pedro Silva