Muitos dias se passaram eu acho E pensei que estava livre de ti Esse sentimento que alimentei sempre foi falho Porque ardia apenas dentro de mim. O tempo nada fez além de ferir Deixou lacunas que nunca pude esconder Pois eu nunca estive pronto pra te deixar partir E hoje só queria uma forma de te dizer: Ainda espero você bater a porta Sorrir como vi por uma tela em noites sem fim E me ver te olhar e fingir que não notas E ficar sem silencio com sei jeitinho manhoso assim. Dói lembrar momentos inacabados O que eu fiz eu sei que foi melhor pra mim Mas tem dias que queria está ao seu lado Embora o tempo tenha passado, ainda choro por ti... Pedro Silva
Eu esperei, e sabia Estava tentando retardar Manipular ou pular os dias Tentei não respirar o ar. A voz que eu ouvia Lá no fundo da minha mente Onde tinha sol e chovia Algo vivo e inconsciente. De repente Não mais que o esperado Tão simplesmente Do meu pesadelo inacabado. Uma mentira O que sempre fora Do amor à ira Nessa ultima lágrima, tu, se fora. By:Edilson
Por toda minha fúnebre vida procurei respostas Embora cansado e gasto segui em frente Mas sempre caminhei por linhas opostas Roto pagão, eu filho descrente. Vivi pelo avesso meus lamuriosos dias Apenas vivia, mas nunca fiz parte do que sentia De tanto me esconder acostumei-me a ser a ovelha perdida Porque sempre busquei o que era contrario a vida. Violei meu corpo e puni a mim mesmo A dor era uma companheira amiga e sublime Fiz dos meus medos minha luz no ermo E em tempestades escuras permaneci firme. O estranho é que sempre soube aonde isso ia me levar Eu sabia que estava condenado, zombei da sorte Então caminhei para onde seria o meu lar E em minha lápide deixei escrito: Nascido para a morte...! Pedro Silva
Sou sombra oculta Alma rastejante bêbada A mais triste das putas Vestida de luar e seda. Meus pés sangram de tanto caminhar Percorro vales e densas florestas Faço das solitárias sepulturas meu lar E deito em covas abertas. Os condenados se erguem aos montes Vozes de vento num sussurro e lamento É o mesmo grito minha súplica d' antes Olham-me de cima e cantam: Chegou o momento... Saboreio a terra negra que pisei Folhas secas me adornam a pele E do alto o rosto Daquela que tanto esperei Oh morte, suplico que em teus braços me leve. Pedro Silva
Não tenho morada certa Sou filho da noite e escureço Pelo vento me lanço como uma porta aberta E nas estrelas distantes adormeço. Não sei do que sou feito Orvalho murcho adormecido Gotejando nas areias do tempo desfeito Por vezes deito em túmulos apodrecidos. Respiro a poluição do meu peito Ou mesmo o inebriante perfume das velas Faço da lua um amuleto Rezo em pé no alto das janelas... Sou sombra vazia e nada sinto Roto, carregado de infinito Essa negação já não faz sentido, pois minto Não acredite nisso tudo que foi dito... Pedro silva
Quero te contar um segredo Sei que não devo Mas eu tenho tanto medo Estou começando a acreditar no que escrevo. Sempre quero te confessar algo Sabe quando fico a te olhar parado Penso: Será que ele sabe o que no peito trago? Tenho tanto medo por isso fico calado. Mas meus olhos me traem Queremos mais um pouco de você Finjo que deles lágrimas não caem Talvez saibamos que vamos te perder. Hoje meu dia está nublado Eu tento fazer dá certo Vou aguentando tudo, mesmo cansado Calo-me para te ter assim por perto... Pedro Silva
Queria saber o que você fez comigo Sinto sua falta mais do que é possível Mesmo quando finjo que não ligo Enquanto pra você sou invisível. Se eu corro esbarro em ti Viro e vejo a gente lá trás Assisto minha vida presa, ruir Sei que vamos continuar um pouco mais... Quando chega a noite não consigo dormir E quando enfim fecho os olhos Tenho pesadelos sem fim Acordo sento na cama e choro. Estou pelo avesso Do outro lado do entardecer Nos meus olhos esse fogo acesso Que me prende a você. Pedro silva
Eu sei mudar as estações Fazer ficar frio ou quente Pintar nos olhos alheios emoções Penetra-te assim de repente. Choro sem nos olhos ter lágrimas Ponho um riso falso na cara Faço-te louco e perder a calma Mostro-te um amor e teu coração dispara. Descobri a magia das palavras Mudo-as de lugar e dou formas E elas tão fundo no teu peito crava E tu acreditas que é teu carma. Dou-te segredos, um mundo de dor E assisto tuas noites de porta aberta A procura de alguém pra chamar de amor E aprender a ser poeta. Pedro Silva