quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Preces silenciosas


Preces silenciosas

Eu e a escuridão de mãos dadas
Eu aos tropeços enquanto Ela me guia
Seguimos lado a lado um par de pegadas
A noite se estende infinita e fria.

Murmuro algo ao vento
Uma prece silenciosa sem retorno
Paramos numa pedra,sento
Olho para o céu morno.

Tudo me foi roubado
Até meu desejo mais bobo foi tomado
Suporto tudo isso calado
Mesmo sabendo que ele está ao teu lado.

De joelhos grito,um coração desesperado
A escuridão me engole,fecho os olhos e choro
Rezo para que esteja acabado
Você é o que à NOITE imploro...

Pedro Silva

De volta as trevas


De volta as trevas

Perdi-me por caminhos conhecidos
Acreditando que tudo seria diferente
Deitei com corpos perdidos
Viajei pra longe dentro da minha mente.

Abri os portões do cemitério
Tão cego procurei outras covas
Enrolei-me no vél das noites de mistério
E são dei tantas voltas.

Agora sei de quem eram aquelas vozes
Não olhei pra trás porque teria voltado
Tão tolo fui levado por desejos vorazes
Do meu corpo vazio e enlutado.

Estou aqui de joelhos
Fronte voltada pra Eva
Quero outro pedaço do fruto vermelho
E deitar outra vez sob as trevas...

Pedro silva

Só um beijo


Só um beijo

Quantas vezes eu sonhei
Quantas noites em claro por ti velei
Tanto de mim eu te dei
E inúmeras lágrimas no escuro derramei.

Somos uma calmaria descontrolada
Almas ligadas pelo desconhecido
De mãos dadas nessa torta estrada
Entre sua força e minha redenção indo...

Basta apenas você me tocar
Meu coração te abraça com o calor de uma vida
E o teu me faz de ar
Para me prender e assistir sua partida.

Quando você simplesmente olha pra mim
Dentro dos teus olhos estrelas candentes vejo
Adoro teu jeito de olhar-me assim
É como se eu sentisse o gosto do seu beijo.

Pedro Silva

O que está acontecendo comigo


O que está acontecendo comigo
 
Estou perdido outra vez
Já nem sei mais quem sou
O que foi que você fez
Pra mim deixar do jeito que estou?

Penso em você mais do que devia
Não entendo o porquê
Minha mente ilusões,vontade cria
Fecho os olhos e só vejo você.

Sou realmente um condenado
Bobo destinado a sofrer
Apenas como amante usado
Para saciar o teu querer.

De novo embebido no vicio
Tenho que te ver como amigo
Vou voltar ao meu silêncio
Porque não sei o que está acontecendo comigo...

Pedro Silva

Meu grito de desespero


Meu grito de desespero

Quero embebedar minha alma
Deixá-la torpe de sentidos
Vesti-me de fina calma
A tanto tempo venho fingindo.

Estou preso nas minhas entranhas
Comprimido pelas coisas que sinto
Uma dor que sempre me acompanha
Acho que passei a acreditar nas emoções que minto.

Perdido no paraíso
Há dentro de mim tantos gritos
Eu nunca fui conciso
Em tudo que já foi dito.

Tire de mim essa coisa sem nome
Abram meu peito sem demora
Dou-te meu coração e sua fome
Que aos poucos me devora...

Ele não vai embora!

Pedro Silva

Os sentimentos não ditos


Os sentimentos não ditos

Eu aqui calado escuto teu silencio
As coisas que pensas e sentes
Escuto teus dentes rangerem sem frio
Um sussurro entre dentes.

Eu sei que ele te compartilha muito
Menos o que sentes por ti
Ele rouba teu carinho sempre junto
E cura a própria solidão assim.

Dói ouvir aquelas histórias
Sonhos teus tão bem desenhados
Gravados noutra memória
Que ele te faz assistir calado.

Uma por uma tuas lagrimas no rosto
Teu sorriso fosco oculta o teu desespero
Enquanto pensas que ele está leve e solto
Antes de dormir ele sente o teu cheiro...

Pedro Silva